sábado, abril 19, 2008

Editorial do jornal "Voz da Esperança"

A dimensão festiva é um dos aspectos mais importantes – e a valorizar sempre mais – na marcação dos ritmos da vida do homem. Das festas saem energias que perduram e animam a caminhada, para elas convergem sentimentos, actividades e esperanças. Elas acabam por ser um pólo de atracção e um estímulo. Elas tornam-se espaços vivos de encontro interpessoal e de comunicação. Entre as mais significativas e carregadas de sentido, para nós cristãos, está a Festa da Páscoa.
A Páscoa é muito mais que uma celebração anual de acontecimentos, por mais decisivos que eles se tenham tornado no delinear do futuro da história da Humanidade. Ela concentra em si a realização das mais profundas esperanças da Humanidade, o estabelecimento do encontro perene com Deus, e a adopção de uma nova situação para todo o ser, o espaço da nova criação.
Depois da experiência “falhada” da primeira criação, projecto perfeito e ideal de Deus transtornado pelos nossos pecados, em Cristo morto e ressuscitado renova-se toda a existência e brota nova relação da criação consigo própria e com o seu Criador: é a nova criação, uma vida nova, marcada pela comunicação do Espírito de Deus.
Iniciada pelo Baptismo em cada um de nós, esta vida nova com Cristo ressuscitado assume em cada ano, pela celebração da Páscoa, uma intensidade nova: somos a comunidade que nasce da Páscoa (mudança), da Eucaristia (pão), do mandamento novo do Amor (Palavra). E é na Cruz – “quando for elevado da terra, atrairei tudo a Mim” (Palavra-promessa e Palavra-realização) – que se estabelecem o ponto de referência e o nível mais elevado desta relação.
Jesus Cristo, na Sua e nossa Páscoa, é a mais perfeita comunicação: Ele é Agente, é Voz e é Mensagem.
Deus comunica ao mundo o Seu Amor. Jesus Cristo, Palavra comunicada e comunicadora, ama dando a Vida. Ao discípulo hoje compete, no acolhimento dessa Vida, comunicar o Amor.
Padre Mario Dias

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